Um dos truques mais antigos da política, é complicar o que é fácil, para criar um enredo tal que já ninguém se lembre como começou, ninguém entenda e, se possível, que já ninguém queira saber. E o atual governo além de ser exímio nisso mesmo, tem ainda a capacidade de complicar a vida a ele próprio.
Além de António Costa, são 18 Ministros e 41 Secretários de Estado e não posso deixar de lamentar que nomes como João Paulo Correia, José Luís Carneiro, Duarte Cordeiro, António Costa Silva ou Manuel Pizarro sejam arrastados para o meio disto, simplesmente por fazerem parte de uma equipa que se despista sozinha, de cada vez que sai para dar um passeio.
Sinceramente já perdi a conta às anedotas.
Gomes Cravinho é cada tiro, cada melro, com a história da carta à cabeça.
Marina Gonçalves, para não ficar atrás, é cada cavadela, cada minhoca.
Ana Catarina Mendes e Mariana Vieira da Silva, argumentistas já de renome, tentam desculpar e arranjar justificações para todas as borradas, mas são tantas que já não há inspiração que aguente tanto trabalho.
Medina, com um emprego de sonho, onde tudo o que há de bom, foi responsabilidade dele. Mas onde o que há de mau, não sabe, não viu e nunca ouviu falar. E neste momento blindado por um parecer que existe sem nunca ter existido.
Galamba, de aparência mais radical, passa os dias a praticar bungee jumping, mas sem bungee. E não aprende…
São funcionárias fechadas na casa de banho.
Um adjunto que atira a bicicleta contra a porta, por não conseguir sair. Mas como é que entrou? E se não conseguia sair, e a polícia o deixou ir embora, por se encontrar sozinho, por onde e como entrou a polícia?
Há ainda a reunião. Aquela que o Ministro tinha dito que não sabia, mas que afinal foi planeada por ele, numa outra que ele próprio disse ter acontecido, mas que de certeza nunca existiu. Mentiu? Claro que não. Se o outro se pode esquecer do whatsapp onde autorizou meio milhão, porque é que este não se pode esquecer de uma simples reunião? Mania de embirrar com o senhor…
De facto, todo o burro come palha, é preciso é saber dar-lha!
A piada disto é que qualquer pessoa com capacidade intelectual para somar 2+2, compreende que estamos entregues à sorte… ou à falta dela.
E desengane-se quem pensa que eleições resolvem seja o que for. Fica tudo igual.
O funcionamento partidário está de tal forma minado que carece de uma das coisas mais básicas, o espírito critico.
Seja rosa, laranja, vermelho ou amarelo, seja no governo, numa câmara municipal ou numa junta de freguesia, quem vence apanha sempre o vírus do “sou mesmo bom”, preferindo rodear-se de quem afirma sem problema que a mesa de vidro é feita de madeira ou que jura a pés juntos que viu o que nunca observou, em vez de se rodear de quem tem capacidade e de quem percebe, por muito pouco que seja, de alguma coisa. É muito mais fácil liderar quem não percebe nada de coisa nenhuma, porque só esses vão apoiar a mais estupida das ideias.
Se calhar não exagero se afirmar que, em 90% dos casos, se retirarmos os tachos e tachinhos conseguidos a bater palmas ao chefe, os currículos ficam apenas com o nome e a morada.
Sinceramente, o que mais me custa, é abrir as redes sociais e ver pessoas que prezo, a quem reconheço capacidade intelectual e por quem nutro sincera simpatia, tentar com argumentos populistas (e sim, esta á a palavra que quero usar) apenas capazes de convencer um burro, desculpar ou justificar todos os acontecimentos desta legislatura.
Termino com uma questão para os militantes, simpatizantes, apoiantes, votantes e demais “antes” do Partido Socialista:
Quem esteve mal?
O saudoso Jorge Coelho, que pediu a demissão após a queda da ponte de Entre-os-Rios, assumindo uma responsabilidade que não era sua?
Ou António Costa e companhia que nunca têm culpa e nunca assumem a responsabilidade de nada?
É que lamento, mas não podemos endeusar os dois, porque falamos de pontos de vista e interpretação completamente antagónicos!
Suas Excelências, por favor, decidam-se!
