Pois é. Mais um. Agora foi o Sérgio Figueiredo, outrora arauto da verdade, e hoje, afinal, reflexo daquilo que sempre foi. Um freteiro a fazer pela vida. O problema é que o freteiro se safou à grande, vive à grande e tem um ordenado há muito grande.
Medina utilizou a TVI a belo prazer, num período em que era Presidente da Câmara de Lisboa, fazia borrada atrás de borrada, e em horário nobre dizia o que queria, sem que ninguém o questionasse ou dissesse o contrário. Democracia.
Agora, e após faturar a Medina 30 mil euros, por 13 dias de trabalho, ganhou agora direito a um emprego mixuruca, onde vai ganhar um pouco acima do salário mínimo. Mais um precário no nosso país.
Escrevo, com alguma mágoa e percebendo a dor do homem, que o desgraçado andou a fazer fretes ao nosso Ministro das Finanças, no mesmo período em que censurava as reportagens da Ana Leal, e agora apenas tem direito a um salário bruto superior a 5.800,00€. Coitado.
Com os preços a subirem ao ritmo que todos vemos, valha-nos a satisfação de saber que pelo menos este nosso conterrâneo não precisará de fazer contas. Este e o resto de todos os amigalhaços. E pensar que isto acontece, naquele Ministério fantabulástico, que passa uns dias a tentar perceber como nos sacar mais impostos, e os outros a efetuar cativações na saúde ou na educação. Faz sentido. Afinal, com os ordenados que dão uns aos outros, podem sem qualquer problema ir ao hospital privado ou colocar os filhos no colegiozinho privado.
Enquanto escrevo este texto, admito que pelo pensamento me vão passando algumas dúvidas sobre estatísticas. Quando tiver um tempinho, vou procurar saber qual a nossa percentagem de exportação de tachos e panelas. De certeza que somos líderes mundiais.
Ao longo da minha vida, enfrento os problemas sobre a máxima de que “só é derrotado quem desiste de lutar”. Acredito, sinceramente, que é assim que devemos enfrentar as adversidades. Mas a falta de vergonha desta gente deita qualquer um abaixo. O salário mínimo nacional são 705,00€ e os portugueses trabalham no duro para o conseguir.
Depois vêm estes contorcionistas e comem à grande. E o pior é que não me admiraria que, mais tarde, ainda tenham direito a uma reforma antecipada por invalidez, devido aos problemas de coluna… ou de falta dela.