No final do projeto haverá um espetáculo no Auditório Municipal de Gaia
Criado pelo rapper João Nina, em colaboração com a Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia, o projeto educativo «Rimar na Escola» já arrancou e irá prolongar-se até maio, tendo como objetivo principal trabalhar a escrita criativa e a oratória dos alunos que frequentam o 3.º ciclo do ensino básico público.
Com a aproximação das comemorações do 25 de Abril, o projeto consiste na escrita coletiva de um rap alusivo a esta data, musicado com um instrumental de João Nina que será apresentado, em data a definir, num espetáculo final a realizar no Auditório Municipal de Gaia. Aqui, os alunos terão a oportunidade única de cantar/ler os seus textos, sendo que a efeméride que inspira o projeto não é fruto do acaso. Se o regime ditatorial obrigava à “escrita entre linhas”, o jovem artista pretende fomentar a “escrita entre rimas”, e esta ideia base vai ao encontro da canção «Vozes», um rap escrito pelo músico enquanto frequentava o 11.º ano de escolaridade, depois de um desafio lançado pelo seu professor de História, e que se centra na temática do bullying e da ausência de amigos. Nove anos depois, o rapper vê no projeto «Rimar na Escola» uma oportunidade para juntar mais vozes às comemorações do 25 de Abril e à mensagem que continua a ser importante difundir neste dia, a um ano de se assinalar os 50 anos da Revolução dos Cravos.
Alicerçado entre a biblioteca escolar e a sala de aula, este projeto educativo prevê a realização de nove sessões de 50 minutos, distribuídas pelos professores da área de Letras e o bibliotecário, culminando com uma sessão de partilha/apresentação pública. «Pensar com o outro», «(Re)ler o 25 de abril», «Escrever a par» e «Estruturar em conjunto» são algumas das etapas de um projeto que promete colorir a cultura urbana, envolvendo ritmos, rimas e melodias, fomentando o gosto pela escrita e pela leitura. Para o Município de Gaia, esta é, por isso, uma oportunidade de incutir nos jovens os valores da democracia, enquanto reforça o espírito criativo e crítico de um público-alvo desafiante.