Sexta-feira, 13 Setembro 2024

#informaçãoSEMfiltro!

Resiliência é a palavra da moda, mas trabalho será a palavra do futuro

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Nesta primeira edição de 2023, não posso deixar de expressar o desejo de um profícuo ano para todos.

2022 foi um ano particularmente difícil e que deixou claro que nunca é tarde para aprender. No ano que agora terminou, este projeto jornalístico viu-se a braços com problemas financeiros complicados, alguns ainda em fase de resolução, tendo vivido, semana após semana, numa verdadeira luta pela sobrevivência. Numa fase em que os meios de comunicação lutam para se reinventarem e conseguirem a necessária digitalização, os desafios e dificuldades batem à porta a um ritmo alucinante e que mal permite respirar.

Ao mesmo tempo, vivemos tempos em que o trabalho, empenho, dedicação ou profissionalismo, nada valem comparado à lambe-botice, viciando o jogo e inclinando um campo que conta ainda com uma arbitragem tendenciosa. Dúvidas houvessem e o período natalício dissipou-as por completo. As trapalhadas no governo são de tal dimensão, que das duas uma: ou neste país não existe gente competente, ou a lambe-botice é mesmo a melhor das especializações. E se olharmos para as dezenas de governantes atualmente em funções, o mais desinteressado dos mortais ficará boquiaberto ao descobrir quantos destes nunca tiveram uma qualquer profissão ou ocupação, sobrevivendo (à grande) graças aos tachos e tachinhos que vão arranjando. Como podemos pedir que resolvam os problemas das pessoas, se quem governa não faz a mínima ideia do que é ter dificuldades? Pior mesmo é verificar que colocados em pratos diferentes da balança, até a lealdade perde para a lambe-botice.

Atenção que sei perfeitamente que não podemos generalizar, e que há quem não mereça tal distinção, mas infelizmente são cada vez menos e estou certo que estarão cada vez mais desmotivados.

Mas o que lá vai, lá vai, e agora até vamos ter um mecanismo. Esta malta só nunca fala em trabalho. Mas até percebo, é muito mais fácil trocar favores e cumprir a velha máxima de que “uma mão lava a outra e as duas lavam a cara”. Já aqui escrevi mais do que uma vez. 2+2=4. Quando 2+2=22 é porque a conta está errada.

Olhando para 2023, espero sinceramente que seja o ano da nossa afirmação. Uma afirmação decorrente do trabalho árduo, de horas de dedicação, de acreditar que apenas um jornalismo livre presta um verdadeiro serviço à democracia e aos valores de Abril.

Ouvi pela primeira vez à muitos anos, pela boca de Mário Soares (não sei se de sua autoria ou não), que “só é derrotado quem desiste de lutar”. Na época, admito que até nem percebi muito bem o seu verdadeiro significado, mas ficou-me na memória. Hoje, nenhuma frase faz mais sentido e nenhuma outra digo a mim próprio tantas vezes.

Espero por isso que 2023 seja o ano em que a qualidade do trabalho passe a ser o principal fator para decidir o mérito e reconhecimento que cada um merece. Que seja o ano em que o nosso jornal estabiliza. Que seja o ano em que o Semanocas se torna companheiro de todas as crianças. Que seja o ano em que a Gaia Maior partilhará momentos com os nossos idosos.

Passo a passo, sabemos bem onde queremos chegar. Este jornal, como qualquer outro projeto empresarial, de uma qualquer área, necessita de trabalho e dedicação, necessita de uma estratégia bem definida, necessita, porque não dize-lo, de alguma sorte, mas necessita, acima de tudo, de florescer num país onde o mérito seja o único, ou pelo menos o principal fator de crescimento e afirmação.

Está na moda falar em resiliência, mas eu prefiro realçar a motivação com que iniciamos este novo ano. Seguiremos fieis a nós próprios, valorizando coletividades e instituições, noticiando pela positiva, levando até si uma informação sem filtros ou maquilhagem, tentando sempre que o branco seja branco e o preto seja preto. O país não aguentará muito mais se continuar a prevalecer o cinzento.

Um profícuo 2023 para todos e vamos fazer com que a palavra trabalho, seja a palavra do futuro.

Abraço

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