O Grupo de Vereadores do PSD, na Câmara Municipal de Gaia, manifestou grandes reservas quanto à necessidade de contratação de mais de uma centena de novos trabalhadores municipais.
O PSD considera que a maioria das contratações “não tem justificação plausível, ainda que com recurso à reserva de recrutamento interna. Não bastará alegar que o mapa de pessoal apresenta vagas ou que tais trabalhadores são necessários por acréscimos de trabalho, na generalidade dos serviços municipais, nomeadamente, numa circunstância em que é público que os serviços da administração local estão, infelizmente, por força de confinamento geral e do teletrabalho, com um decréscimo de atividade. Não é sequer invocado, como fundamento para as novas contratações, o acréscimo de tarefas decorrentes da transferência de novas competências para a autarquia”.
Na reunião de 1 de fevereiro, já havia sido deliberada a contratação de 26 trabalhadores, entre técnicos superiores e assistentes operacionais e na ocasião, e os Vereadores do PSD fazem questão de ressalvar que apenas votaram favoravelmente “os procedimentos relativos ao recrutamento de artes tradicionais – por exemplo, trolha e calceteiro – ou de licenciados em cursos muito específicos – por exemplo, ciências agrárias“.
Já na reunião de 16 de novembro de 2020, quando a Câmara decidiu propor um concurso de para o recrutamento de 50 assistentes operacionais e 11 técnicos superiores, para a área da saúde, ação social e educação, no âmbito do processo de descentralização de competências, afirmam os vereadores laranja ter decidido abster-se “por não nos parecerem adequados aqueles procedimentos, tendo em conta o impacto na atividade e no orçamento municipais, bem assim, e sobretudo, porque a transferência de competências estar prevista para o primeiro trimestre de 2022”.
Os vereadores do PSD na Câmara de Gaia entende que, a seis meses da realização de eleições, é fundamental “gerir com muita precaução os recursos públicos disponíveis, não podendo dar o aval a uma medida que vai gerar um aumento permanente das despesas correntes a suportar pelos munícipes e que poderão não andar muito longe dos dois milhões de euros anuais”, informando que, no melhor interesse dos gaienses, optará pela abstenção.