Manuel António Ribeiro
Presidente da AMARGAIA
ENSINO À DISTÂNCIA
Um ano depois de uma experiência, difícil e sem qualquer tempo de preparação, todos esperam melhores resultados, com melhores condições para a arte de ensinar.
É muito importante que a escola, como meio ímpar de inclusão, o possa continuar a ser, também neste formato de ensino. Pois a discriminação do acesso ao aprender não deve estar condicionada com falta de recursos!
Prometido para o início deste ano letivo, a entrega dos computadores aos alunos, não foi conseguido e este reinício voltará a ser difícil e provavelmente em alguns casos discriminatório. Uma vez que voltaremos a ter alunos sem acesso ou com acesso debilitado aos recursos tecnológicos para que possam ter o direito constitucional ao ensino!
Numa era digital, que se pretende promover toda tecnologia informática e não só para (supostamente) melhorar a qualidade de vida das pessoas, sendo um dos principais eixos para o futuro, é para qualquer cidadão (pai ou mãe), difícil de perceber porque razão, as escolas ainda não tem todos estes recursos informáticos para que o ensino à distância possa ser realizado com as condições básicas necessárias.
Nenhum professor poderá exercer as suas funções condignamente caso os seus alunos não tenham os recursos essenciais.
É óbvio que se trata de um período transitório, mas que ninguém tenha dúvidas, que será uma experiência, para uma forma de ensinar que sairá desta pandemia como uma realidade no futuro com um enorme impacto na nossa sociedade. Quer em termos de empreendedorismo, quer em termos de criar novas oportunidades, quer em termos de capacitação para a empregabilidade, quer em termos de inovação tecnológica, etc.
O conhecimento é, foi e será cada vez mais o pilar de desenvolvimento de qualquer sociedade.
Mas para uma escola inclusiva e justa não podem existir alunos sem acesso aos recursos essências tais como:
- – Falta de computadores ou alguns sem recursos para funcionar com o ensino à distância. Ou ainda numa casa com um PC com vários irmãos no mesmo agregado familiar.
- – Falta de internet ou em muitos sem capacidade para (a que existe) possa dar respostas às necessidades.
- – A dificuldade para o acompanhamento familiar, devido as responsabilidades profissionais dos Pais.
- – Etc
Uma segunda experiência deste tipo de ensino requeria outro tipo de resposta.
Mas sendo estas as condições cabe a cada um de nós contribuir (com as condições de cada um) para que este período de ensino à distância possa decorrer da melhor forma possível!
As dificuldades serão imensas:
- – Recuperar matérias em atraso (algumas do ano anterior).
- – Conquistar todos os dias a motivação dos nossos alunos.
- – Proporcionar aos professores, todas as condições de trabalho à distância! E aqui existem muitos professores que também não as têm.
- – Gerir os tempos de lazer e de aprendizagem dos alunos, conciliando com a motivação do trabalho diário e contínuo do estudo.
- – Os horários e a aplicação do meio (casa) para serem dadas as aulas.
- – Um esforço enorme para todos os Pais que terão mais esta missão de acompanhar e “pressionar” os seus filhos a estudarem e motiva-los para que é essencial estudarem mesmo estando no seu ambiente familiar.
- – Um esforço também notável será (mais uma vez) dos professores que terão um tarefa difícil, de à distância, sem a presença e o calor humano, essenciais para a cumplicidade na prática da arte de ensinar, vão tentar conquistar os alunos para um dos maiores bens da sociedade. O aprender!
- – E muitos mais desafios diários…
É sem dúvida um esforço plural que todos nós devemos fazer e que a sociedade deve contribuir de acordo com as suas possibilidades, envolvendo também as várias instituições que tutelam e apoiam a escola (câmara municipais, associações pais, outras associações, setor privado, etc).
Por uma escola inclusiva e um ensino justo para todos!