OnGaia, Associação de defesa do ambiente, foi fundada em setembro de 2018, é uma Organização não Governamental do ambiente, é a única de desenvolvimento municipal, que visa essencialmente educação ambiental, mais sensibilização ambiental, cujo foco de trabalho são as crianças e localizam-se nas escolas. Tem-se andado a fazer algum trabalho nomeadamente no ambiente num projeto internacional e “ficamos parceiros” da Coast Watch, uma organização internacional, desde 2019 a 2020, mas a pandemia, com Covid-19, deixou-se de exercer essa atividade. Não significa que tenha acabado,” mas tivemos que adiar essa atividade”, refere José Carlos Cidade, Presidente da OnGaia.
Neste momento são 107 sócios, sendo que cerca de 50% são jovens, pagam a sua quota mensal de 50 cêntimos, até aos 18 anos, “o nosso objetivo não é ter dinheiro”, afirma José Carlos Cidade. Pretende-se cria e sensibilizar jovens para a preservação e defesa do meio ambiente, e tem sido feita com campanhas de sensibilização, “comemoramos o Dia Mundial dos Oceanos” em junho com o agrupamento de escolas de Canelas, e “efetuamos uma recolha de plástico, com jovens”.
Defesa ambiental está na moda
Desde há uns anos tem havido muita sensibilização ambiental, na década de 90 “tínhamos os fiscais do ambiente”, eram todos jovens, os jovens faziam ao longo de meses a sua monitorização, não só da praia, bem como a qualidade da água e da zona envolvente, o tipo de resíduo que mais aparecia era: plástico, beatas de cigarro, pneus, utensílios marítimos.
Gaia tem dois polos piscatórios, Afurada e Aguda. O Oceano Atlântico hoje tem 47 toneladas de plástico e microplástico, recorrendo ao extremo, “corremos o risco de nos dias de hoje, abrirmos uma sardinha e ter lá dentro plástico”. Já há uma série de utensílios de plástico que deixaram de se fabricar, por exemplo as palhinhas, a colher do café, e foram utilizados outros materiais biodegradáveis, como é o caso da madeira.
Gaia Bandeira Azul
Há uns três meses efetuou-se uma campanha de recolha de resíduos, na frente de praia da Madalena, a Madalena tem três praias e foi aí efetuada uma campanha de recolha de resíduos, eram muitos os participantes, mais de cem, e alguns moram em Espinho, e admiraram-se pela quantidade de resíduos que foi recolhido em Vila Nova de Gaia em dois dias, quatro horas no total, era muito pouco, e isto porque, a Câmara de Gaia tem um protocolo com a Suma que faz a limpeza da orla marítima, é evidente que as máquinas apanham o grosso dos resíduos, o pequeno detrito não consegue.
Há já em Gaia praias que têm bandeira azul e dourada, ou seja, que têm bandeira azul por mais de cinco anos. O que significa que a orla marítima de Gaia tem praias de ótima qualidade. Espera-se que para o ano se mantenha, e que o município avance com campanhas de sensibilização para a presença do plástico e da borracha. Há muitas estradas que já se fazem com borracha, verifica-se assim que há uma série de detritos reutilizados. É no âmbito da reutilização e da sensibilização do meio ambiente que OnGaia está direcionado.
Maior preocupação ambiental nos nossos tempos
É necessário que se faça a triagem de resíduos, já há muitos pontos de recolha onde se faz a separação de resíduos, a separação do papel, plástico e vidro. Contudo ainda há uma falta de sensibilização ambiental por parte da população, e que misturam os resíduos todos. Apesar da OnGaia ser o foco principal as escolas, não significa que não se sensibiliza as águas de Gaia. Até “diríamos mais, devia haver uma fatura ambiental, na fatura da água devia haver uma fatura ambiental, para sensibilizar as pessoas”. O Cartão e o papel podem ser reutilizados, o vidro pode ser reutilizado, o plástico pode ser reutilizado. Se houver uma fatura ambiental pode ser uma fórmula para uma correta triagem dos resíduos.
Daí o foco principal da OnGaia ser as escolas, é porque os jovens são mais suscetíveis à sensibilização ambiental e passam a mensagem para os pais. Também é certo que estas coisas não mudam do dia para a noite, não é fácil mudar mentalidades, demora mais ou menos 10 anos.
A divisão do mundo
No nosso entender o mundo está a ser dividido em duas partes, o mundo capitalista, e a outra parte do planeta a serem afastados cada vez mais, onde há espaços de acolhimentos de resíduos. Só para dar um exemplo no Chile, há espaços onde se acolhe o lixo, e há crianças que brincam nessas lixeiras e outras há que vão lá buscar plástico para vender. Em relação aos resíduos tóxicos estão a ser depositados em crateras no Oceano Atlântico, ou estão a ser colocados em África, e na Ásia há rios onde só se vê plástico na superfície, já não se vê água.
A nível mundial vemos governantes que rasgam contratos ambientais, que adiam os compromissos do meio ambiente, mudanças de comportamento que deveriam entrar em vigor, estando na sua fase final 2020/2025 e são adiadas para 2030. Não se pode cair no erro de que este “problema não me vai afetar “a mim””, o presente tem-nos dados provas que esse argumento não é comparável com o que temos assistido, “veja-se as tempestades, os furações, as alterações no clima”. Em Gaia tem havido uma progressão do mar. Ainda não se fizeram simulacros de tsunami em Portugal e terramotos, e as autarquias devem fazer simulações. O caso da seca, barragens a 14%, que estão abaixo da sua capacidade, Alentejo, Baixo Alentejo e no Algarve, são exemplo disso.
Projetos da OnGaia e o futuro
Para o futuro prevê-se ações conjuntas com outras entidades e pretende-se fazer uma ação de recolha de cobre. Que deu à costa na orla marítima, e outros protocolos.
No passado mês de dezembro, fez-se parcerias com uma entidade ambiental Angolana A Associação como os Palops, que está a decorrer, defesa do ambiente nos Palop, outro em andamento com o Brasil. A falta de sede, de espaço físico tem sido um problema que “estamos a lutar para ter” para que a associação e os órgãos possam encontrar-se e reunir. Lutar por um espaço para a OnGaia.
Apesar de não termos espaço físicos, estamos presentes em todas as plataformas online, Facebook e Linkedin, e outras “para quem queira ver o nosso trabalho”.
Para terminar, a mensagem de ano novo: “Deixem de usar o papel para embrulhos, usem sacos de pano, que é reciclável, não usem sacos plásticos, garrafas de água, usem copos, não usem nem plástico nem papel.”