Domingo, 3 Dezembro 2023

#informaçãoSEMfiltro!

O Desapego

-

Miriãm Costa

Psicanalista Espiritualista, Terapeuta com base Integrativa
e Multidimensional, Mestre e Professora de Reiki, Consteladora Familiar, Sistêmica e Organizacional

Vamos falar de DESAPEGO??

O que é??

Qual o papel que ele ocupa na minha vida??

Vamos falar da importância que tem, o ser capaz de praticar esse desapego…

O apego está relacionado ao medo de perder, de que amanhã o que tanto amamos não estará mais presente.

Isso faz com que nos agarremos a coisas, pessoas e situações que não cabem mais na nossa vida e que já só trazem dor…

Quem nunca guardou um vestido antigo porque a moda pode voltar, ou vai mais longe e vai perder aquele peso a mais (que anda a tentar perder há mais de 10 anos) e o vestido vai servir de novo?

Quem nunca ficou num relacionamento destrutivo com receio de ficar sozinha/o com medo da tal solidão!!

São nesses momentos que precisamos aprender o desapego, que está ligado ao amor.

Desapego é senão a capacidade de abrirmos mão de amores, pessoas, ideias, situações e até objetos. Por exemplo, para mudar de vida e sermos capazes de seguir em frente precisamos abrir mão do que não nos serve mais.

Essa é a parte mais difícil, mas quando conseguimos, tornamo-nos pessoas mais calmas e recetivas às mudanças e imprevistos.

O mestre indiano Osho tem um texto chamado “O Desapego”, que explica muito bem como essa relação funciona, vou partilhar com o leitor um trecho desse mesmo texto, leia abaixo:

“Todas as nossas misérias e sofrimentos não são nada mais do que apego. Toda a nossa ignorância e escuridão é uma estranha combinação de mil e um apegos. Nós estamos apegados a coisas que serão levadas no momento da morte, ou mesmo, talvez, antes. Pode estar muito apegado ao dinheiro, mas pode ir à bancarrota amanhã. Pode estar muito apegado ao seu poder e posição, mas eles são como bolhas de sabão. Hoje eles estão aqui; amanhã eles não deixarão nem um traço. (…)

OSHO

Todas as nossas posições, todos os nossos poderes, o nosso dinheiro, o nosso prestígio, respeitabilidade, são todos bolhas de sabão.

Não fique de forma alguma apegado a bolhas de sabão, senão, estará em contínua ansiedade de perder tudo o que de facto nunca foi seu, até porque hoje temos e amanhã não…

O porquê de insistir em viver na infelicidade extrema, na miséria emocional, na angústia e agonia constantes…

Se dói, deixa de fazer sentido e temos que ser capazes de compreender que manter só porque sim a corda amarrada ao pulso, só vai cortar ainda mais e que a longo prazo acabará por rebentar a corda ou arrancar o pulso…

Essas ditas bolhas de sabão não se importam que o leitor esteja apegado a elas, aliás, elas continuam a rebentar e a desaparecer no ar e vão deixá-lo para trás com o coração ferido, com uma sensação de fracasso, com uma profunda destruição do seu ego, destruição essa que criará cicatrizes vitalícias.

Elas deixam-no triste, amargo, irritado, frustrado.

Elas transformam a sua vida num pesadelo e andará sempre de rosto fechado e maldisposto…

Compreender que a vida é feita da mesma matéria que os sonhos é a essência do caminho.

Desapegue-se, viva no mundo, mas não seja do mundo. Viva no mundo, mas não permita que o peso do mundo viva dentro de si.

Lembre-se que ele é senão um sonho fabuloso, porque tudo está em constante mudança e logo desaparecendo e reaparecendo em outra forma, cheiro e cor…

Estas sábias 4 leis mesmo que pareçam clichê, exemplificam bem o que é o desapegoe podem incentivá-lo a abrir mão, seguir em frente e abraçar o que a vida mandar, sempre pronto para soltar quando necessário.

1ª lei do desapego:

O leitor é responsável por si mesmo…

(Ninguém pode viver por si.

Ninguém pode respirar por si ou oferecer-se como voluntário para carregar as suas tristezas ou sentir as suas dores.

Em suma é o arquiteto da sua própria vida e de cada passo que dá no seu caminho).

2ª lei do desapego:

Viva no presente, aceite e assuma a sua realidade como sua…

Muitas vezes, não conseguimos aceitar que nesta vida nada é eterno, nada permanece sempre igual, tudo flui e retoma seu caminho. Muitas pessoas passam uma grande parte da vida focadas no que aconteceu no passado, e isso torna-se um fardo pesado que carregamos no presente e com a certeza que nada poderemos fazer para alterar aquele passado, mas insistimos em mantê-lo no presente…

Mesmo que seja doloroso, aceite, assuma o passado e aprenda a perdoar. Isso fará com que se sinta mais livre e irá ajudá-lo a concentrar-se no que realmente importa: “o aqui e agora”.

Permita-se ser livre…

3ª lei do desapego:

Liberte-se e permita que os outros também sejam livres e assuma que a liberdade é a forma mais plena, íntegra e saudável de aproveitar e compreender a vida em toda a sua imensidão.

Ser livre não nos impede de criar vínculos com os outros. Criar vínculos, amar e ser amado, fazem parte do nosso crescimento pessoal.

O desapego significa que nunca deve assumir a responsabilidade pela vida dos outros, que eles não podem impor-lhe os seus princípios e nem tentar prendê-lo a ideologias ou padrões que não são seus…

É assim que surgem os problemas de relacionamento e o sofrimento.

4ª lei do desapego:

As perdas irão acontecer mais cedo ou mais tarde, devemos aceitar que nesta vida, nada dura para sempre.

A vida, os relacionamentos e até os bens materiais acabam por desaparecer como se de fumo se tratasse, passando por uma janela que o leitor deixou aberta ou a deslizar através dos nos Se aceitarmos isto, o peso de que devemos ter sempre tudo do melhor deixa de existir, porque deixou de fazer sentido…

partilhar este artigo

Artigo anterior
Próximo artigo