Sexta-feira, 4 Outubro 2024

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O céu de março de 2021

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Fernando J. G. Pinheiro

Investigador do Departamento de Física da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra e do CITEUC – Centro de Investigação da Terra e do Espaço da Universidade de Coimbra.

Os seus domínios de especialização incluem a Astrofisica, Geomagnetismo e Meteorologia Espacial.

Para além do seu trabalho de investigador, já exerceu funções nos orgãos sociais da Sociedade Portuguesa, e coordenou o grupo Solar System Science do CITEUC.

Para além disto, Fernando Pinheiro é colaborador regular em atividades de divulgação cientifica.

Este será um mês em que quem quiser observar os principais planetas do sistema solar terá de madrugar ou deitar-se bem tarde. De facto, logo no final da madrugada de dia 5 iremos assistir Júpiter nascer ao lado de Mercúrio.

Na noite seguinte terá lugar o quarto minguante, mas apenas veremos a Lua nascer na madrugada seguinte. Nesta mesma madrugada de dia 6 o planeta Mercúrio atinge a sua maior elongação (afastamento) para oeste relativamente ao Sol.

Entre as madrugadas de dias 9, 10 e 11 iremos ver como a Lua passa ao lado dos planetas Saturno, Júpiter e Mercúrio. No dia 13 terá lugar a Lua Nova, não sendo assim possível observa-la. Vénus e Neptuno igualmente não serão visíveis este mês por igualmente se encontrarem numa direção muito próxima da solar. Já ao início da noite de dia 19 a Lua será vista entre o planeta Marte e Aldebarã, uma estrela gigante avermelhada que associamos a um dos olhos da constelação do Touro.

Entre o pôr-do-sol 16 e o nascer do mesmo no dia seguinte irão passar-se doze horas. Tal não se deve a ocorrência de um equinócio nesta data, mas sim à refração atmosférica que nos faz ver o Sol sempre ligeiramente acima da sua real posição, encurtando assim a duração das noites.

O equinócio, momento do ano em que o Sol se encontra exatamente acima da linha do Equador iluminando do mesmo modo os hemisférios norte e sul terrestres, apenas terá lugar às cinco horas e trinta e sete minutos (hora continental) de dia 20.

No nosso país chamamos a esta efeméride de equinócio da primavera pois a partir deste instante o nosso hemisfério passa a estar voltado na direção do Sol, e assim esse astro passa a ser visto acima do equador celeste (projeção do no nosso equador no firmamento), marcando o início da primavera.

À medida que o inverno dá lugar à primavera o Sol vai nascendo cada vez mais cedo. De forma a aproveitar uma hora extra de exposição solar, alguns países situados a latitudes intermédias costumam adiantar os seus relógios por altura da primavera. Em Portugal tal mudança é feita à uma hora da madrugada (hora continental) do último domingo do mês de março. Assim este ano iremos adiantar os nossos relógios uma hora no dia 28, dia que coincide com a última efeméride significativa deste mês: a Lua Cheia.

De notar que perto do equador não há grandes oscilações na duração das noites. Em contraponto a latitudes elevadas a duração dos dias e noites chega a ser tão grande que não faz diferença alterar a hora. Consequentemente países situados nessas regiões não sentem os benefícios da mudança da hora e, portanto, ou nunca adotaram este costume, ou procuram aboli-lo.

Boas observações!

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