Sexta-feira, 13 Dezembro 2024

#informaçãoSEMfiltro!

Há que ter muito cuidado na hora de atirar as pedras

-

Em tempos de julgamentos em massa na praça pública, sinto-me no dever de partilhar convosco algo que se passou comigo. Há algumas semanas, fui “convidado” a deslocar à Polícia Judiciária, para ser ouvido no âmbito de uma investigação em que estava envolvido. Desloquei-me sem qualquer problema, advogado, nada. Afinal, quem não deve não teme, mas admito que a apreensão e a dúvida do que fosse, dão uma dimensão stressante ao acontecimento. 

Chegado lá, foi-me dado a conhecer o motivo que ali me levou. Um negócio com uma entidade pública, realizado em 2016, havia levado um cobarde a enviar uma denúncia anónima, alegando que tal serviço teria sido pago “em numerário, sem contratos e faturas, utilizando o saco azul da entidade”.

Após um imenso esforço para não me rir, esclareci tudo o que me foi pedido para esclarecer. A inspetora responsável, de um profissionalismo insuspeito, disse-me depois que o que ali havia dito, não foi mais do que aquilo que, eles próprios, já tinham investigado e concluído. Mas não deixou, ao abrigo da lei, de me constituir arguido e de me informar que iria enviar para o ministério Público as conclusões e que depois este se pronunciaria. Vim embora tranquilo.

Esta semana, recebi a tal pronuncia do Ministério Público, com a informação mais que aguardada, o arquivamento, afirmando entre outras coisas, que “ao contrário do que vem referido na denúncia os pagamentos foram devidamente documentados e refletidos nas respetivas contas bancárias”.

Ou seja, o processo é de 2017, estamos em 2022, e ao longo de 5 anos, a Polícia Judiciária andou a esmiuçar e escrutinar a minha vida, sabe Deus de que forma, porque um cobarde (perdoem mas é o termo mais simpático que consigo escrever) se escondeu atrás do anonimato e fez uma denuncia estúpida e sem um pingo de veracidade, como a própria investigação concluí. E durante 5 anos gastou o estado uma quantia possivelmente mais avultada do que o tal negócio, porque esse ignóbil ignorante achou legitimo efetuar uma denuncia sob um anonimato que impede agora que seja chamado à responsabilidade. 

Meus amigos, na vida já muito pouco me surpreende. E estou até certo de que este pobre coitado, cuja vida pouco ou nenhum interesse terá (caso contrário não se interessaria tanto com a vida dos outros), será até alguém com quem tomei café, que entrevistei, ou que recebi no meu escritório. Mas já dizia o meu avô, “fala no cu, mas respeita a cara”. 

Este é apenas um exemplo de como as coisas funcionam. Mas e se eu fosse Presidente de Câmara, Vereador, Ministro ou algo parecido? Pois é. Já tinha sido julgado e condenado na praça pública sob o lema de “onde há fumo há fogo”, tendo a certeza que hoje, após o arquivamento, ninguém quereria saber ou então diria que “foram os amigos que o safaram”. Por isso, e sem defender ninguém, há que ter muito cuidado na hora de atirar as pedras, porque por vezes o alvo não é quem merece a pedrada.

Na vida não vale tudo!

A disputa é saudável, mas de frente. Dando a cara. Sem medo de assumir as consequências dos atos praticados. 

Eu sou e serei sempre assim. Defenderei sempre as minhas ideias, mas sempre leal na forma de o fazer. 

Quanto a estes ………………. (adjective o leitor porque tudo o que me vem à cabeça não é publicável), fiquem tranquilos, porque a justiça tarda, mas não falha, e no final é como nos filmes, vencerão sempre os bons.

partilhar este artigo