O dia de terça-feira ficará marcado por uma greve do pessoal docente e não docente que, tudo indica, levará ao encerramento de creche, pré e catl, estando prevista uma concentração de todos os funcionários e respetivas forças sindicais, pelas 8 horas, frente às instalações do CIC, em Crestuma.
De acordo com a informação distribuída pelos utentes, o pessoal docente e não docente reclama a Aplicação do Contrato Coletivo de Trabalho celebrado entre a CNIS e a FEPCES, o Aumento real dos salários de todos os trabalhadores em 2023 e 2024, a requalificação dos trabalhadores não docentes em auxiliares de educação, o Pagamento do Trabalho Suplementar e a Redução para as 35h semanais sem perda de retribuição.
Sabe este jornal que é esperada uma adesão de mais de 90%, inviabilizando qualquer solução para que os meninos possam passar o dia, como habitual, na instituição.
O Jornal Gaia semanário chegou à fala com funcionários da instituição, que não têm dúvidas em afirmar que “os pais estão do nosso lado”. Acrescentam ainda que “infelizmente esta foi a última solução encontrada”, lembrando andar “há dois anos a tentar alterar as coisas e reunir, mas nunca nada foi feito”.
Da parte dos pais, garantem que “foram sendo informados verbalmente para, caso as negociações falhassem, já estarem a contar”. Afirmam ainda que “fomos posteriormente informados, também por e-mail, e o CIC distribuiu um panfleto informativo a explicar os motivos da greve”.
Abordada uma mãe sobre o facto, afirmou concordar, acrescentando que “dos pais com quem vou falando, apesar da surpresa por haver uma greve numa IPSS, concordam e estão ao lado da equipa do CIC, e solidários com os seus motivos”.
A mesma mãe, sobre o facto de, ao que tudo indica, as instalações encerrarem durante o dia de amanhã, explicou que “complica o dia, pois no meu caso um dos pais ficará em casa para tomar conta da criança, havendo por consequência uma falta ao trabalho”. Disse-nos ainda que “apesar disso, e depois de ouvir os motivos e perceber que é mesmo o último recurso para se fazerem ouvir, estou do lado das educadoras e auxiliares do CIC, porque palmadinhas nas costas por parte da Cruz Vermelha não pagam contas”.
Tentamos perceber se haveria uma qualquer alternativa para os pais, ao que esta mãe nos disse que “o CIC não assegura alternativa para o dia de amanhã. O que a equipa fez foi um alerta atempado aos pais, para que procurássemos alternativas, mas o CIC terá a sua atividade totalmente encerrada amanhã”, concluiu.
Questionamos o CIC sobre o assunto, que, através da Coordenadora de Comunicação, Marketing e Fundraising da Cruz Vermelha Portuguesa, Tânia Henriques, afirmou que “a Cruz Vermelha Portuguesa está comprometida com a melhoria das condições de trabalho dos seus colaboradores, que são o seu maior ativo, motivo por que se encontra em plena negociação de um Acordo de Empresa com uma Comissão Negocial Sindical com ampla representação dos diversos grupos profissionais que compõem a instituição”. Lembrou ainda que “entre os grupos sindicais estão Federação Nacional dos Professores (FENPROF), Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), Federação Nacional dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais (FNSTFPS) e Sindicato Nacional dos Técnicos Superiores de Saúde das Áreas de Diagnóstico e Terapêutica (STSS)”.
Diz ainda a Cruz Vermelha Portuguesa que “esta negociação é mediada pela Direção Geral do Emprego e das Relações do Trabalho” e que “as matérias alvo de reivindicação no pré-aviso de greve são centrais neste processo negocial já em curso”.
Na resposta enviada à nossa redação, explica ainda a instituição que “dada a natureza jurídica da Cruz Vermelha Portuguesa, que a exclui como Instituição Particular de Solidariedade Social, a aplicação do Contrato Coletivo de Trabalho celebrado entre a CNIS e a FENPROF/FEPCES não é possível”.
Afirma, no entanto, a Cruz Vermelha Portuguesa manter-se “comprometida com o bem-estar de todos os que frequentam e trabalham nesta instituição tendo atempadamente alertado as famílias para a existência deste pré-aviso de greve”.
