O Parque das Corgas foi pequeno para receber todos aqueles que, ao longo dos quatro dias, quiseram partilhar o clima de festa que se viveu.
Decorreu entre os dias 26 e 29 de maio, em Seixezelo, a 15ª edição do Festival da Cereja. O recinto estava animado e no meio das barraquinhas de comes e bebes, não faltava também as de venda de cereja, a rainha da festa. Desde o caldo verde às bifanas, passando pelos pregos, o pão com chouriço ou as sandes de porco, havia comida para todos os gostos, não ficando, garantidamente, ninguém de barriga vazia. Para os mais pequenos, até porque o Dia da Criança já estava no horizonte, a barraquinha das gomas era o expoente máximo.
De visita ao Festival na sexta-feira, dia 27 de maio, estivemos à fala com o Presidente da Junta de Freguesia de Seixezelo, Filipe Lopes. Lembrou de ter iniciado a edição na quinta-feira e que a expetativa era boa, por vários motivos. Filipe Lopes refere que tinha “um bom cartaz”, conseguido pela “excelente equipa que planeou e organizou toda a parte logística necessária e inerente à realização do festival”. Brincou por São Pedro ter feito a parte dele, para de seguida chamar a atenção para o facto de termos estado dois anos sem realizar eventos e por as pessoas já terem saudades, “estavam com vontade de sair de casa e a conviver umas com as outras, de regressar às festas e comer a típica bifana e a sandes de porco.”
Se no primeiro dia o recinto estava cheio, na sexta-feira ainda tinha mais gente. “O grupo de hoje [Tekos] é sobejamente conhecido e espera-se que o recinto encha”. O Presidente da Junta, na sexta-feira, previa também o que na prática viria a acontecer, ao ter afirmado que “sábado e domingo o sucesso deve ser idêntico, uma vez que temos um bom cartaz, com a Adelaide Ferreira e o João Seabra no domingo”.
Para além de um conjunto de atividades que vão ser realizadas, desde o concurso de sobremesas, ao torneio de sueca, o domingo de manhã foi dedicado a uma caminhada, uma “iniciativa de cariz social, onde o dinheiro angariado reverteu para o povo ucraniano.”
“Para nós o que é importante é que, quer a zona das refeições, quer o recinto dos concertos, esteja cheio, porque é sinal de que a população está satisfeita”, referiu o autarca. Lembrava ainda que os Tekos – grupo que atuou no dia em que visitamos o Festival – “é um grupo que todas as edições da cereja, tem vindo atuar e traz muita gente.” Classificou depois o Festival como “muito familiar, que em termos de espaço físico é pequeno, mas que tem uma adesão muito grande”.
Quem visita o Festival da Cereja percebe que as pessoas gostam de visitar todo o recinto e que é uma festa “arranjadinha”, como Filipe Lopes costuma dizer. A Cereja funciona também como introdução para a festa do Caneco, que se inicia no dia 7 de junho. Para o Presidente da Junta, “é o aquecimento dos motores para esse grande evento que tem uma dimensão diferente, com mais dias”. Já no Festival da Cereja, também houve um ano ou outro “em que fizemos 5 dias de festa, por haver um feriado que tentámos colar, mas por norma são apenas 4 dias de festa, mas com grande animação, boa disposição, boa música e de boa gastronomia”, salienta.
Durante a visita ao evento, fomos conversando com a “malta” das barraquinhas e com aqueles que estavam no recinto a comer e beber, enquanto conviviam com familiares e amigos, reencontrando velhos conhecidos. A noite estava com clima tropical e o momento era de descontração, muitas conversas e sorrisos largados, como é esperado das festas populares.
Rodrigo Lopes, comerciante de cerejas, disse-nos que a festa “está a correr, melhor do que o esperado. As pessoas aderiram e a expetativa é que encha mais um pouquinho”. Lembrou que “como não houve festa nos últimos dois anos, esperamos que haja uma maior adesão.”
Em conversa com os visitantes que fomos cruzando, todos afirmavam estar satisfeitos. Mônica e Bernardino Tavares são um dos casais presentes na festa. A senhora referiu diversas vezes adorar este tipo de convívios, afirmando com um sorriso enorme, ser “a primeira vez que venho. Este é o meu primeiro ano aqui em Portugal e não tinha ido ainda a festa nenhuma, mas agora vou a todas.”
Ao longo dos quatro dias de festa, foi imensa a alegria sentida por todos, desde a abertura do recinto, até ao fecho. Restando já a saudade e o desejo de que o Festival de 2023 chegue depressa. Até lá, “vamos ao Caneco!”.