Mário Jorge, fala ao Voz do Norte, sobre a festa de S. Gonçalo e como decorreu a festa, começando por dizer enquanto houver pessoas, haverá festa de S. Gonçalo. Em 2021 “não saímos para os festejos e este ano (2022), saímos uns meses mais tarde”. Estamos há 350 anos a dar festa às pessoas, feita sempre do mesmo modo e com alegria.
Neste momento estamos a aguardar que cheguem os mareantes à nossa sede.
Os santos, estão neste momento na Igreja de Mafamude à espera de cumprirem todas as normas como manda a igreja, “tudo tem de ser feito certinho e direitinho”, o santo tem de ir de nariz virado para a porta, “o santo é nosso” diz com satisfação e orgulho o Presidente.
Esta é uma festa que comporta algumas despesas, e se estiver a chover, “então é que o prejuízo é grande”. Normalmente há ajuda financeira por parte da autarquia, que nos dão um subsídio anual para a cultura, este ano por acaso houve uma ajuda da autarquia. Agora os mareantes andam nisto por gosto e satisfação. Há peditórios, mas os peditórios são feitos por tradição, porque o que é angariado não é suficiente, se não fosse pelo gosto das pessoas (dos jovens) andarem nesta tradição não se podia cumprir com ela. Há uns anos a esta parte os mareantes eram escolhidos e recebiam, neste momento não, é tudo por amor à camisola.
Estão envolvidos neste momento entre os tocadores, cerca de 50 pessoas, mas com os jovens das bandeiras e das pessoas que vêm de fora, andarão por aí cerca de 75/80 pessoas na festa. Antigamente havia menos pessoas, rondavam as 30/50 pessoas (jovens), agora é quase o dobro. E os cânticos prosseguem e os bombos marcam o passo.
A Vereadora da Cultura da Câmara Municipal de Gaia, Paula Carvalhal, também esteve presente e falou aos media, dizendo que esta festa é a primeira festa do ano, apesar de ter sido adiada, é a primeira romaria do ano. Referiu também que “esta romaria não pode acabar”, e que esta festa seja uma festa para sempre. É uma festa do povo, e não do município, e espera que assim seja para sempre. É uma festa cheia de tradições e que “temos três ou quatro gerações falam por si.
Houve muita participação na rua, este “carisma, esta competitividade é saudável, é seguramente uma festa que se fará para sempre” termina a Vereadora da Cultura, Paula Carvalhal.
Para terminar, falou o Presidente da União de Freguesias da Afurada e Sta Marinha, Paulo Lopes, dizendo que “esta é para nós a melhor festa/romaria que temos, tem caraterísticas e de sentir uma festa do povo e para o povo, é uma festa pagã, de mulheres, homens e crianças. É uma romaria secular, onde é preciso preservar essa história, essa identidade, que a história acarinhou e se envolve diariamente neste projeto.
Tudo ajudou para que esta festa fosse um sucesso, até o tempo ajudou, e houve uma grande envolvência com as pessoas, é a primeira festa/romaria do ano.
É uma festa que tem início muito cedo, pelas sete da manhã já se vê as romarias um pouco por todo o lado. Agradece à Vereadora da Cultura por ter apadrinhado esta festa. Dizendo o Presidente da Junta que “espero que consiga apreciar esta festa, dinamismo, esta entrega e envolvimento pelo menos por mais meio século”. Os vivas ouviam-se por todo o lado, e do alto da varanda da Sede da casa dos Mareantes, estava o S. Gonçalo e os Mareantes a darem as vivas, e os agradecimentos aos Bem-feitores, e os ie, ie, ie, e ele é nosso! Continuavam em uníssono, lá em cima e cá em baixo.