Domingo, 8 Setembro 2024

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Cenas e Contracenas

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1. O FEST’ ART 2023, organizado pelo Teatro Amador de Sandim (TAS), reúne 12 espetáculos de teatro, 1 concerto musical, 1 recital de canções de abril, 1 convívio de aniversário da coletividade e 1 jornada desportiva comemorativa do 25 de abril. O evento teve inauguração no passado dia 11 de março e o seu encerramento está agendado para 27 de maio, levando até Sandim grupos de teatro de Gaia, Ponte de Lima, Esmoriz e Rio Tinto. No decurso deste mê de abril, no que respeita a teatro, passarão pelo TAS o corpo cénico da Tuna Musical de Santa Marinha com “A Triste História dos Cangalheiros de Vale Mortiço” no dia 15, o grupo Teatro Renascer de Esmoriz com “O Espírito Iluminado” no dia 22 e o Grupo de Dramático de Rio Tinto com “Novos Ricos” no dia 29. Ao longo do mês de maio, subirão ao palco do TAS o Orfeão da Madalena com “Quem Tem Medo de Peter Pan” no dia 6, a Academia de Teatro Be Smart com “O Jantar” no dia 13, e o Dramático de Vilar do Paraíso com “A Boda” no dia 27. Fica aqui a sugestão de uma visita a esta bonita vila, a maior em termos de extensão, que chegou a ser sede de concelho até 1834, com registos de ocupação humana que remontam à pré-história e com grandes tradições na cultura popular.

2. NÃO MUITO LONGE DALI, em Avintes, no espaço d’ Os Plebeus Avintenses, a companhia profissional Primeira Pedra Teatro apresenta em estreia absoluta, nos próximos dias 7 e 8 de abril, às 21h45, o espetáculo “Tu Disseste”, um texto original de Eduardo Cê, por ele também interpretado, em parceria com Sérgio Oliveira, com encenação de Pedro Miguel Dias. A ação decorre numa sauna de ginásio, onde dois homens, amigos de longa data, se encontram com o intuito de relaxarem de um dia de trabalho intenso e complicado, num emprego que ambos partilham ao serviço do mesmo patrão. E põem a conversa em dia, falando de tudo: de filmes, da família, da vizinhança, de amigos comuns, de um gajo que morreu, dos colegas, da empresa e… do patrão. À medida que a conversa avança, vão despindo a alma, a intimidade, os desejos, os medos, as raivas, o desespero… e a sede de vinganças. Um e outro acabam por confessar o inconfessável, os ódios recalcados e as invejas pessoais que envenenam e destroem relações, levando-os a quererem a morte um do outro. “Estou apenas a dizer que cada um dá de beber à dor como quer, seja com água ou gasolina” – diz um deles. Qual será o desfecho, caro leitor? Só há uma maneira de saber… 

3. MAIS A NORTE DO CONCELHO, concretamente nas Galerias Diogo de Macedo, está patente, desde o passado dia 1 abril até 18 de junho, o pintor e ceramista Manuel Cargaleiro, com uma retrospetiva da sua obra pictórica, composta por 60 obras a óleo pertencentes a colecionadores, algumas delas nunca vistas pelo grande público. “Pintar a Luz, Viver a Cor” é o título desta mostra do Artista que se define com um homem de muita sorte. Essa definição resulta de nos inícios da sua atividade, em 1954, ter recebido um recado dos pintores Arpad Szenes e Maria Helena Vieira da Silva, convidando-o para almoçar em casa do casal de pintores, que tinha visitado a exposição coletiva “I Salão de Arte Abstrata”, em Lisboa, e ficara encantado com as obras de Manuel Cargaleiro. Este contacto abriu-lhe “portas” na capital francesa e de outros grandes mercados internacionais das artes plásticas, o que significou a segunda grande mudança na sua vida. A primeira aconteceu aos dois anos de idade, quando saiu da sua terra natal (Vila Velha de Rodão) com destino ao concelho de Almada. E foi nesta terra, mais concretamente no Monte de Caparica, que o artista descobriu o barro, desenvolvendo a mais conhecida vertente do seu percurso artístico – ceramista – numa Olaria que havia perto de casa. Hoje, reconhecido internacionalmente também como pintor, o artista vive entre Paris, Lisboa e o Monte de Caparica, sem nunca parar de trabalhar, apesar dos seus 96 anos de idade, encontrando-se neste momento a criar uma obra em conjunto com o artista Vhils. E tudo isto não se deve à sua sorte, mas sim ao seu enorme talento de artista. Sorte, sorte, têm os gaienses, que podem apreciar esta exposição da obra pictórica de Manuel Cargaleiro patente nas Galerias Diogo de Macedo, de forma gratuita, de terça a domingo, das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30. Espero encontrar-vos por lá…

4. AINDA NA SEDE DO CONCELHO, sugiro também uma visita à exposição “Isolino Vaz: Um Traço Inconfundível”, que está patente na Biblioteca Municipal de Gaia até 22 de abril. Inserida nas comemorações do Centenário do Mestre Isolino Vaz (1922-1992), numa iniciativa conjunta do Município de Gaia e da Associação Cultural Amigos de Gaia, com curadoria de José Silva e Sérgio Vaz, esta exposição inclui pinturas a óleo, retratos em vários suportes, desenhos, os estudos para os vitrais da igreja do Monte da Virgem, ilustração, esculturas, medalhas e fotografias do artista e pedagogo gaiense. Aluno ilustre da Universidade do Porto (Faculdade de Belas Artes) e autor de uma importante obra pública, nomeadamente esculturas, vitrais, painéis e frescos, do qual destaco, entre muitos outros, o magnífico óleo Emigrantes, foi também ele professor e mentor de muitas gerações de jovens, muitos dos quais também se vieram a destacar nas artes, nomeadamente Siza Vieira e Joana Vasconcelos. Isolino Vaz desejava dedicar-se em exclusivo às artes, mas não tendo sido isso possível, procurou imprimir um cunho diferenciador como professor. Recordado com muito carinho e saudade pelos seus discípulos e admiradores, Isolino Vaz merece a nossa visita.

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