A câmara de Vila Nova de Gaia iniciou as sessões de discussão do Plano Diretor Municipal (PDM), um plano que vai na “terceira geração” e que o presidente da autarquia acredita que “revolucionará” o concelho em 10 anos.
“Há uma mudança quase conceptual de um PDM, cujo ‘D’ é de ‘diretor’ para um ‘D’ de ‘desenvolvimento’. A ideia é discutir coisas um bocadinho mais alargadas, seja no contexto de freguesia ou concelhio, do que aquilo que é tradicionalmente o ordenamento do território ou o zonamento das construções”, descreveu Eduardo Vítor Rodrigues.
O autarca apontou que “ultrapassada a fase de discutir se um terreno pode ou não ter capacidade construtiva”, uma vez que em causa está a “terceira geração do PDM”, chega agora a “fase de discussão de um modelo estratégico de desenvolvimento”.
“E sim, nesse ponto de vista, estamos a falar de Vila Nova de Gaia completamente diferente”, apontou Eduardo Vítor Rodrigues, referindo que o debate que se inicia sexta-feira pretende responder à pergunta “o que pretendemos para os próximos 10 anos como estratégia de desenvolvimento?”.
Assim, o processo participado de revisão do PDM de Vila Nova de Gaia, entrou na fase de sessões participativas, as quais serão em formato ‘online’ devido às contingências da pandemia da covid-19.
Cada uma das 24 sessões participativas realiza-se às 21 horas. No dia 15 discutiu-se Arcozelo, no dia 20 Avintes, dia 22 Canelas e 27 Canidelo. Segue-se agora na próxima sexta-feira, dia 29, Crestuma e a iniciativa “Vamos planear Gaia juntos” segue em fevereiro para Grijó, no dia 3, Gulpilhares no dia 5, Lever no dia 10, Madalena no dia 12, Mafamude no dia 17, Olival no dia 19, Oliveira do Douro no dia 24 e Pedroso no dia 26.
Já as sessões em Perosinho e Sandim decorrem em março, nos dias 3 e 5, respetivamente, seguindo-se Santa Marinha a 10, São Félix da Marinha a 12, São Pedro da Afurada a 17, Seixezelo a 19, Sermonde a 24, Serzedo a 26 e Valadares a 31.
Em abril é a vez de Vilar de Andorinho no dia 7 e Vilar do Paraíso no dia 9.
Os interessados em participar devem inscrever-se através do portal na Gaiurb, empresa municipal responsável pelo processo de revisão deste instrumento de gestão territorial.
“Juntaremos a abordagem especifica às realidades da freguesia em questão, mas ao mesmo tempo vamos discutir o contexto de alguns investimentos sociais, rodoviários, infraestruturas numa lógica concelhia. A área de abrangência de um lar de idosos não é apenas para uma freguesia, nem uma nova via de ligação”, exemplificou Eduardo Vítor Rodrigues.
O autarca frisou que o que se pretende é “gerar uma discussão sobre equipamentos e infraestruturas suprafreguesia”, a qual era temas “fundamentais” como o zonamento de zonas industriais ou de plataformas logísticas, bem como as redes municipais de equipamentos culturais ou sociais.
“Temos uma grande oportunidade de fazer um plano de desenvolvimento a 10 anos com a participação das pessoas e sem tomar as decisões a partir dos técnicos ou dos autarcas concelhios”, referiu.
Para as sessões, além dos interessados inscritos, serão convidados representantes da junta de freguesia, da paróquia e das associações locais, bem como alguns representantes de atividades económicas comerciais e industriais de base local.
Eduardo Vítor Rodrigues sublinhou que “a componente de cidadania não acaba na sessão” uma vez que esta fica “gravada e continua disponível ‘online’ e as pessoas terão 30 dias para fazer os seus contributos pelos mais diversos canais”.
“Mas claro que há coisas que já estão absolutamente seguras. As zonas de serviço de transporte público em modelo metrobus ou o alargamento da Linha Amarela [Santo Ovídio – Hospital de São João] ou a segunda linha de Gaia estão absolutamente materializadas no PDM. Há assuntos completamente consolidados porque dizem respeito a contratualização que está completamente feita com o município”, frisou o autarca.
Eduardo Vítor Rodrigues, que resumiu esta iniciativa no objetivo de “perspetivar o concelho não como um somatório de freguesias, mas como uma rede integrada de serviços públicos e sociais aperfeiçoada”, estima que o novo PDM de Gaia esteja entre em vigor no final deste ano.