Sexta-feira, 13 Setembro 2024

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Balanço das presidenciais

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Eduardo Vítor Rodrigues

Presidente da Câmara Municipal de Vila Nova de Gaia

As eleições presidenciais de 2021 mostraram que a democracia está viva. A participação das pessoas foi significativa em termos absolutos. Só as percentagens parecem menos positivas, mas apenas se esquecermos que temos mais de 1 milhão de eleitores nos cadernos, incrementando o universo eleitoral, mas que não participou na eleição, criando a ilusão do aumento da abstenção. Não aumentou e, apesar do contexto da pandemia, os cidadãos deram um sinal claro de participação e de empenho democrático.

Os resultados mostram que os portugueses, em geral, e o eleitorado do PS, em particular, são claramente moderados e não se deixam impressionar pelos apelos extremistas, mesmo quando visavam combater outros extremismos. O extremismo não se combate com o extremismo, mas com a moderação e com o reformismo democrático.

E, por isso, António Costa é um grande vencedor. Apostou na estabilidade e no sentido de Estado, fugiu da partidarite e pensou na preservação das instituições no quadro de muitas dificuldades que o país tem para gerir nos próximos anos.

Os portugueses não são do centrão, são moderados. Não são apáticos, são tolerantes. Não querem ruturas, querem mudanças. Não precisam de moralistas, têm valores e princípios.

Fica evidente a forma penalizante como os portugueses reagiram a quem tentou usar as eleições presidenciais para criar instabilidade e para fazer combate direto ao governo, ao primeiro-ministro e ao secretário-geral António Costa. O país precisa de paz e de estabilidade para superar a crise e devolver a esperança aos portugueses.

É claro que o país passa a ter a extrema-direita com uma representação relevante. Isso deve fazer-nos refletir, porque é um sinal das pessoas. O sistema político e o modelo de desenvolvimento apresentam problemas que importa identificar e ajustar, promovendo mudanças que se exigem, sempre a partir do sistema democrático e das suas instituições.

Os radicalismos só crescem quando a democracia moderada e tolerante fracassa. Não é plausível que se permita, pela inércia ou pela distração, o crescimento dos extremismos e as ameaças que incorporam. Esse é o desafio.

O nosso país é extraordinário, as pessoas são excelentes; tenho um grande passado e teremos um grande futuro, tão risonho quanto mais formos capazes de dar respostas adequadas aos problemas das pessoas.

Ao grande vencedor, Professor Marcelo Rebelo de Sousa, com quem pude privar neste caminho, como seu apoiante, desejo saúde e felicidades neste caminho que vai percorrer, para bem de Portugal e dos portugueses.

Enfim, foi Portugal que ganhou. É o que mais importa.

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