O apoio ao arrendamento no âmbito do programa municipal Gaia+Inclusiva, da câmara de Vila Nova de Gaia, mais do que duplicou em 2020 face ao ano anterior, divulgou hoje a autarquia, que fez um reforço orçamental neste eixo.
“Em 2020, em virtude das vicissitudes provocadas pela pandemia de covid-19, o número de beneficiários abrangidos pelo programa municipal Gaia+Inclusiva sofreu um impacto significativo, nos seus mais variados eixos de intervenção, com um aumento dos pedidos em áreas que vão desde o apoio ao arrendamento até à ajuda com os pagamentos decorrentes da gestão diária de uma habitação”, é descrito no relatório divulgado.
Ao longo de 2020, no apoio ao arrendamento foram beneficiados 260 agregados familiares, o que corresponde a 547 pessoas, enquanto em 2019 foram apoiadas 112 famílias (245 indivíduos).
De acordo com a autarquia de Gaia, recorreram sobretudo, mulheres (64,5%), com idades compreendidas entre os 35 e os 65 anos, isoladas (28%) ou monoparentais, com filhos a cargo (25%).
Mafamude e Vilar do Paraíso (68) e Canidelo (44) são as freguesias que registam um maior número de famílias apoiadas.
Neste eixo, a câmara de Gaia investiu 422 mil euros, verba acue inclui um reforço orçamentais “para fazer face ao crescente aumento dos pedidos de ajuda”, refere documento da autarquia.
Já no ano passado o investimento no apoio ao arrendamento neste programa foi de 180 mil euros.
Paralelamente dados de 2018, ano de arranque desta medida, mostram foram apoiados 67 agregados familiares, resultado de um investimento anual de 70 mil euros.
De forma geral o Gaia+Inclusiva, que se traduz em apoio na carência económica e emergência social e se materializa em ajuda financeira a agregados familiares em dificuldades, em domínios como alimentação, saúde, educação, habitação (despesas como renda, luz, água) e transportes, em 2020, foram apoiadas 1.696 famílias, o que corresponde a 3.665 pessoas.
Em termos de investimento a principal fatia foi para a habitação (46,5%), saúde (31,1%) e apoio alimentar (21,8%).
No topo das freguesias com mais famílias apoiadas estão Pedroso e Seixezelo (242) e Mafamude e Vilar do Paraíso (236).
Informação desta autarquia do distrito do Porto aponta, ainda, que no eixo do apoio ao endividamento, a câmara de Gaia fez 19 intervenções/diagnósticos e 24 atendimentos, e na vertente do apoio ao consumidor, foram realizadas 35 intervenções e 72 atendimentos. Ambas vertentes resultaram de um trabalho conjunto com o Gabinete de Apoio ao Consumidor (Deco).
A câmara de Gaia descreve, também, que “a Escola Oficina tem desempenhado um papel fundamental neste programa, na vertente do apoio na educação, emprego e formação”, apontando que “ao longo do ano passado, a escola acompanhou 941 beneficiários [58% mulheres e 42% homens], sobretudo com idades compreendidas entre os 21 e 30 anos [409]”.
Em causa uma parceria entre a câmara de Gaia, a empresa municipal Gaiurb, e a Escola Artística e Profissional Árvore que visa promover a sustentabilidade ambiental e o desenvolvimento económico, dando oportunidades de integração social no mercado de trabalho a pessoas desempregadas.
Através do Gaia+Inclusiva, também é prestado apoio na área da vacinação, através da distribuição das vacinas rotavírus, pneumocócica e bexsero a crianças residentes no concelho, sendo que em 2020 foram distribuídas 1.092 vacinas, beneficiando 526 crianças.
No texto distribuído hoje sobre este programa, a câmara de Gaia também elenca as “perspetivas para 2021”, apontando que “um dos eixos prioritários é o apoio na carência económica e emergência social, que visa responder a situações de carência com apoio financeiro direto”.
Neste âmbito foi aprovada em reunião camarária a verba de 250 mil euros para o eixo do apoio na carência económica e emergência social, sendo 200 mil euros a atribuir às Juntas e Uniões de Freguesia e 50 mil euros para apoio financeiro aos agregados familiares carenciados em situação económico-social de emergência, mediante proposta dos serviços.
A câmara de Vila Nova de Gaia garante que “este valor poderá ser alvo de atualização, tendo em conta o crescente e preocupante aumento dos pedidos de ajuda”.